
Marqueteiro não ganha eleição
Os consultores de Comunicação Política – designação mais adequada ao nosso trabalho profissional no lugar de “marqueteiros” – sabem muito bem que a afirmação do título é verdadeira. Alguns políticos fazem questão de repeti-la, principalmente quando ganham uma eleição.
E eles têm razão. Todos sabem que o candidato é quem ganha a eleição, com seu passado, seu desempenho, sua força política
Pode-se dizer que compete ao consultor evitar que erros sejam cometidos. No entanto, há candidatos que não aceitam determinada indicação do consultor e com isso podem pôr tudo a perder. E então eles costumam afirmar que “a culpa pela derrota é do marqueteiro”. Pode até ser, mas geralmente foi porque ele, o candidato, ignorou determinada linha que deveria ter sido seguida.
Há candidatos que confiam no consultor e quem ganha com isso é a campanha como um todo. Na última eleição para prefeito, fiz a campanha de um candidato em uma das dez maiores cidades de São Paulo. No início do horário eleitoral, ele tinha cerca de 15% das intenções de votos. Seu oponente, também um ex-prefeito, estava por volta de 45%. Conduzimos a campanha de forma a resgatar o passado de realizações que ele deixara, como prefeito, 20 anos antes, e como deputado federal atuante.
O oponente, embora estivesse bem na frente nas pesquisas, preferiu seguir a linha do ataque direto. Já vira esse filme várias vezes. Com as avaliações das pesquisas e a experiência de quase 30 anos de campanhas políticas, recomendei ficarmos longe da postura de revidar os ataques ou responder passivamente a todos eles. Era essa atitude que a campanha adversária esperava que adotássemos. Seguimos o que havíamos definido desde o início da campanha. Programas otimistas, mostrando a realidade dinâmica da cidade, cidadãos falando sobre benefícios que tiveram com a administração do nosso candidato. Na realidade, nós fizemos nossa pauta de programas e não nos desviamos dela. Em outras palavras, seguimos nossa agenda política e nossa estratégia de Marketing Político Integrado.
Conseguimos finalizar o Primeiro Turno com cerca de 6% de diferença, atrás do outro candidato. E no Segundo Turno viramos, ganhando com aquela mesma diferença em porcentagem.
Poucos acreditavam nesse resultado. Até a emissora afiliada da TV Globo, resolveu montar o link de transmissão no comitê político do oponente na noite da apuração do Segundo Turno. Perderam a festa, que avançou pela noite.
O voto de confiança do nosso candidato foi importante. Ficamos sempre atrás nas pesquisas – mesmo assim ele nunca colocou em dúvida a estratégia que definíramos e seguiríamos até o final do Segundo Turno.
Quem ganhou a eleição foi o nosso candidato: pelo seu passado de realizações, por ser Ficha Limpa e, principalmente, pela confiança irrestrita que manteve na nossa direção da campanha eleitoral.
3 Comments
Fui prefeito de minha cidade 43.000 habitantes aprox. ha vinte anos atrás. Sempre participo do processo político de lá e tenho recebido muitos convites para entrar novamente na luta e concorrer uma vaga nas eleições para prefeito do meu município. Gostaria de receber alguma dica ou noções de marketing que me fizesse vitorioso novamente.
Ola
Você vai se candidatar para prefeito neste ano de 2020?
Ola,
Vou responder no seu e-mail.
Edson
Fui prefeito de minha cidade 43.000 habitantes aprox. ha vinte anos atrás. Sempre participo do processo político de lá e tenho recebido muitos convites para entrar novamente na luta e concorrer uma vaga nas eleições para prefeito do meu município. Gostaria de receber alguma dica ou noções de marketing que me fizesse vitorioso novamente.